
O SRD (sem raça definida) nada mais é que o famoso gato vira-lata. A título de curiosidade, um gato vira-lata é aquele que não tem pedigree, um certificado que atesta a pura linhagem do bichano.
Visualmente, ele pode lembrar alguns tipos específicos como o Persa ou o Siamês. Porém, em função das várias misturas que acontecem por aí, eles podem adquirir características e personalidades completamente originais.
Esse é um fenômeno bem comum, já que existe uma população grande de gatos de rua e, mesmo entre aqueles com dono, vários são habituados e até estimulados a passearem sozinhos durante a noite.
Os cruzamentos ocorridos nessas aventuras acabam proliferando o gato SRD, um tipo bastante adotado no Brasil.
Tipos de gatos vira-lata
A maioria dos gatos SRD tem porte médio e pelagem curta, porém alguns podem apresentar pelos mais longos. Geralmente, ao adotar um filhote, não é possível prever o tamanho e peso exatos que ele pode alcançar.
Não existem raças de gato vira-lata e eles são classificados de acordo com o tipo de pelagem que apresentam. A cor do pelo dos felinos é determinada pela sua herança genética. Eles podem ter uma única cor ou serem bicolores e tricolores.
Os padrões de pelagem mais comuns nos gatos vira-lata são:
Pelagem de cor sólida
As cores mais comuns nos gatos SRD são: vermelho, creme, preto e cinza.


Curiosidade: a pelagem branca não é considerada sólida, mas como ausência de cor.

Pelagem malhada (Tabby)
Existem vários padrões de pelagem malhada, variando entre listras, manchas e pintas.




Pelagem bicolor tipo Tortoiseshell ou Tortie
A pelagem chamada Tortoiseshell é semelhante ao casco de uma tartaruga, com as cores vermelha e preta.

Curiosidade: os gatos Tortie de pelagem malhada são chamados de Torbies. Eles são uma mistura de Tortoiseshell com Tabby.
Pelagem tricolor com branco (Calicos)
Os gatos calicos apresentam uma pelagem com as cores preto, vermelho e branco.

Pelagem bicolor com branco
A cor branca é introduzida por um gene específico. Os gatos bicolores com esse gene podem ter as cores preta e branca, ou vermelha e branca.


Curiosidade: os gatos bicolores de preto e branco podem apresentar o padrão “tuxedo”.


Pelagem com a cor nas extremidades
O exemplo clássico dessa pelagem é o gato semelhante ao siamês, mas existem muitas outras combinações de cores.

Comportamento do gato SRD
É impossível prever a personalidade ou o comportamento de um gato SRD, pois ambos dependem da genética e das experiências de vida desde o nascimento. Eles podem ser tímidos e medrosos, mas também amigáveis e brincalhões. Tenha certeza de que existe um gato-vira lata perfeito para cada pessoa!
Conhecer e respeitar seu bichano é importante para que ele se sinta à vontade na sua casa e demonstre suas mais belas características.
Ambiente da casa para o gato
Como todo gato, o SRD precisa de algum espaço e de brinquedos para se exercitar. É importante, portanto, oferecer oportunidades de estímulo físico e psicológico. Alguns acessórios essenciais para os gatos são:
- prateleiras;
- arranhadores;
- esconderijos;
- brinquedos como ratinhos e bolas que simulem a caça.
Saiba mais sobre como enriquecer o ambiente do seu gato com o texto ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL PARA GATOS: COMO ENTRETÊ-LOS BEM?
Importante:
Muito se fala que o gato vira-lata tem o instinto de passear sozinho à noite pelas ruas, mas isso não é verdade. Se o ambiente de casa fornecer toda a diversão que ele precisa para ser feliz, é muito mais seguro que ele não saia. Gatos que frequentam as ruas têm mais chance de contrair doenças, entre elas as temidas FIV e FELV.
Alimentação ideal para os gatos
A alimentação do SRD deve corresponder ao seu porte, idade e condições de saúde. Ao adotar um gato vira-lata, leve-o imediatamente a uma consulta veterinária. Os exames realizados irão apresentar um panorama completo da saúde do seu novo amigo e você terá orientações ideais para as necessidades nutricionais de cada fase do bichano.
Se quiser dar uma alimentação realmente especial e saudável para o seu peludo, invista em uma dieta úmida caseira. Mas lembre-se: gatos são carnívoros obrigatórios, então a sua alimentação deve conter, principalmente, produtos de origem animal (ossos, carnes e vísceras).
Além disso, para garantir que recebam todos os nutrientes necessários, a dieta deve ser balanceada e acompanhada por um veterinário.

Hidratação
Os gatos não têm o hábito de tomar água. Na natureza, a maior parte da sua hidratação é feita por meio de uma alimentação úmida: um pequeno roedor tem em sua composição aproximadamente 75% de água.
Por esse motivo, gatos que recebem ração seca apresentam problemas urinários e renais com muita frequência. Mesmo uma fonte de água, por mais que melhore um pouco a hidratação, não é suficiente para compensar a baixa umidade do alimento.
Se você quer que seu bichano fique sempre hidratado, invista em uma dieta úmida, comercial ou caseira.
Higiene
Os gatinhos são animais muito higiênicos e se mantêm limpos com suas próprias lambidas e com a dos seus companheiros. Raramente, é preciso dar banho em um gato doméstico.
Porém, alguns cuidados são necessários:
- cortar as unhas a cada uma ou duas semanas;
- se o pelo for longo, a escovação deve ser feita pelo menos uma vez na semana;
- os olhos e orelhas devem ser limpos sempre que necessário;
- manter a caixa de areia sempre higienizada.
Saúde
Ao contrário de raças famosas, cujos dados biológicos são acessíveis, o gato vira-lata é uma caixinha de surpresas. A mistura genética torna a saúde do SRD imprevisível.
Diversos estudos realizados em todo o mundo indicam que animais mestiços geralmente apresentam sistema imunológico forte e são mais resistentes a várias doenças.
O acompanhamento veterinário desde a adoção será fundamental para identificar as condições e necessidades do gato mestiço. Por isso:
- visite o veterinário a cada 6 meses para consultas de rotina;
- vermifugue e vacine o gato;
- saiba que a castração é recomendada para todos os gatinhos, após o primeiro cio.
Quantos anos vive um gato vira lata?
A própria “mistura” que é o gato vira-lata faz com que ele seja muito resistente, pois não são predispostos a doenças genéticas.
Se eles tiverem um estilo de vida saudável, com alimentação apropriada para a espécie, bastante exercício e muito enriquecimento ambiental, podem viver entre 15 e 20 anos!
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Médica veterinária, especialista em clínica de pequenos animais, oncologia e nutrição veterinária.