
Suicídio – Mas de que estamos falando?
- 10 de setembro de 2018
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Diariamente, 32 brasileiros morrem vítimas de suicídio. Estudo realizado pela UNICAMP revela que 17% da população do Brasil, em algum momento, pensam em dar fim à própria vida. No mundo, esta é a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Nos últimos anos, o Brasil registra aumento crescente da taxa de mortalidade por suicídio.
Temos, então, um sério problema de saúde pública
Suicídio é um problema complexo para o qual não existe uma única causa ou razão. Ele resulta de uma complexa interação de fatores biológicos, genéticos, psicológicos, sociais, culturais e ambientais.
Sua prevenção e controle, infelizmente, não são tarefas fáceis. Elementos essenciais para os programas de prevenção são o aumento da percepção e a disseminação de informação apropriada. Por isto, precisamos falar tanto sobre o suicídio!
Mas, então, como funciona a mente de um suicida?
Temos três características próprias: ambivalência, impulsividade e rigidez do pensamento.
Na ambivalência, os sentimentos são confusos e o desejo de viver se alterna com o de morrer. É preciso suporte psíquico adequado para que o desejo de viver aumente e o risco de suicídio diminua.
Na impulsividade, o suicídio (um ato impulsivo) é transitório. E na rigidez dos pensamentos, as pessoas que pensam em tirar a própria vida não conseguem perceber outras maneiras de sair do problema enfrentado.
E quem pretende suicidar não avisa, certo?
Errado. Suicidas frequentemente dão ampla indicação de sua intenção. Devemos ficar alertas à alguns sinais como:
- comportamento retraído;
- inabilidade para se relacionar com a família e amigos;
- mudança na personalidade (irritabilidade, pessimismo, depressão ou apatia);
- sentimento de culpa, de se sentir sem valor ou com vergonha;
- desejo súbito de concluir os afazeres pessoais (organizar documentos, escrever um testamento);
- sentimentos de solidão, impotência, desesperança.
Mas como posso confirmar se a pessoa tem intenção de cometer suicídio?
Pergunte para ela. Ao contrário da crença popular, falar a respeito de suicídio não incentiva o ato.
Pessoas que pensam em se matar relatam ficar muito agradecidas e aliviadas por poderem falar abertamente sobre os assuntos e questões com as quais estão se debatendo. Até mesmo profissionais de saúde apresentam relutância em falar sobre a morte. Muitos relatam dificuldade para perguntar abertamente sobre a ideação suicida.
Então, como perguntar?
Pergunte gradualmente:
- Você se sente triste?
- Você sente que ninguém se preocupa com você?
- Você sente que a vida não vale mais a pena ser vivida?
- Você sente como se estivesse pretendendo cometer suicídio?
- Você fez algum plano para acabar com sua vida?
- Você tem remédios, arma, inseticida ou outros meios?
- Os meios são facilmente disponíveis para você?
Atenção: todas estas questões precisam ser perguntadas com cuidado, preocupação e empatia!
E agora? Como lidar com uma pessoa com ideias suicidas?
Ouça, mostre empatia. Fique calmo, leve a situação a sério e verifique o grau de risco. Remova os meios (remédios, armas, cordas etc) e fique com a pessoa. Jamais ignore a situação, não demonstre estar chocado ou em pânico.
Não fale que tudo vai ficar bem, não desafie a pessoa a continuar em frente. Não faça o problema parecer trivial. Não jure segredo e não dê falsas garantias. Procure imediatamente um profissional de saúde mental, ligue no 188 (número do Centro de Valorização da Vida).
Resumindo, precisamos perder o medo de nos aproximarmos das pessoas e oferecer ajuda. Ter alguém para conversar pode fazer diferença. 90% dos suicídios podem ser prevenidos!
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