Cada criança é única e se desenvolve no seu tempo. Porém, determinadas habilidades são adquiridas em épocas bem específicas da vida do bebê.
Acompanhe o desenvolvimento do seu filho de perto, com carinho e estímulos adequados à idade e à fase em que ele se encontra. Se notar algum atraso, procure ajuda sem demora!
Primeiro ano de vida: sinais precoces de autismo
Os primeiros sinais de alerta podem ser observados muito cedo, algumas vezes em torno dos 6 meses de idade. Nessa fase, é considerada de risco uma criança que:
- não responde aos sons em sua volta;
- não observa objetos em movimento;
- não tenta pegar coisas ao seu alcance;
- não demonstra afeição nem sorri para as pessoas;
- não ri nem emite sons demonstrando estar feliz.
Com o passar do tempo, os sinais ficam mais evidentes. Aos 12 meses:
- o bebê não se senta, nem tenta se levantar com apoio ou engatinhar;
- não se interessa por brincadeiras;
- parece não reconhecer os familiares;
- não aponta para objetos nem os procura quando você esconde;
- não fala palavras simples.
18 meses: sinais evidentes de autismo
Aos 18 meses, os sinais de atraso no desenvolvimento já são bem evidentes. A criança:
- não anda;
- não conhece objetos simples ou sabe para que servem;
- tem um vocabulário pequeno, com menos de seis palavras;
- não imita as outras pessoas.
2 a 3 anos: o início do tratamento é essencial!
Aos 2 ou 3 anos, geralmente a hipótese de TEA é levantada e as avaliações com os especialistas iniciadas. Essa é a época ideal para se iniciar as intervenções, quando o cérebro ainda está em formação.
Nessa idade, a criança:
- não anda com firmeza, tem dificuldade para subir escadas e cai muito;
- fala de forma embolada;
- não faz contato visual;
- não consegue seguir instruções simples;
- não se interessa em brincar com outras crianças.
4 a 5 anos: quadros bastante variados dentro do espectro do autismo
Na faixa dos 4 aos 5 anos, as características individuais da criança são mais nítidas, bem como a avaliação das suas habilidades e do seu potencial. Isso é muito importante para o planejamento das intervenções mais adequadas para cada caso.
Geralmente, a criança autista nessa idade:
- ignora as outras crianças e não interage com pessoas fora da família;
- resiste a se vestir, ir ao banheiro e dormir;
- tem dificuldade com os cuidados básicos (escovar os dentes, lavar as mãos);
- não entende os conceitos de “igual” e “diferente”;
- refere a si mesmo como “ele(a)” ou “você”;
- mistura a realidade com a fantasia;
- demonstra poucas emoções;
- tem comportamentos extremos e em locais inapropriados;
- varia pouco as brincadeiras e prefere brincar sozinha;
- tem brincadeiras estranhas, dando funções diferentes aos brinquedos que possui;
- tem dificuldade de concentração, distraindo-se facilmente;
- não olha nos olhos dos outros, mesmo quando alguém fala com ela;
- não gosta de carinho ou afeto e, por isso, não se deixa abraçar ou beijar;
- não responde aos outros ou faz isso de forma superficial;
- quando fala, a comunicação é monótona e em tom pedante;
- repete a pergunta que lhe foi feita várias vezes seguidas, sem se importar em estar chateando os outros;
- mantém sempre a mesma expressão no rosto e não entende gestos e expressões faciais dos outros;
- parece não sentir dor e até mesmo gostar de se machucar, ou de machucar os outros de propósito;
- leva o braço de outra pessoa para pegar o objeto que ela deseja;
- fica parada olhando sempre na mesma direção;
- tem dificuldade para se adaptar a uma nova rotina, ficando agitada e podendo se agredir ou agredir os outros;
- fica passando a mão em objetos ou tem fixação por água;
- fica se balançando para frente e para trás por vários minutos ou horas, ou torce as mãos e dedos constantemente;
- fica extremamente agitada quando está em público, ou em ambientes barulhentos.
Crianças mais velhas e adolescentes
Apesar do diagnóstico de TEA ser mais comum até os cinco anos, é possível que os sinais passem despercebidos até mais tarde.
Em crianças mais velhas, adolescentes e adultos, o autismo geralmente se apresenta com algumas das seguintes características:
- ansiedade em situações sociais;
- falta de empatia;
- dificuldade em entender linguagem não verbal (gestos, postura, expressões faciais);
- dificuldade em relacionamentos;
- dificuldade em perceber duplo sentido nas conversas;
- interpretação excessivamente literal;
- interesses restritos ou comportamentos repetitivos;
- dificuldade em manter contato visual;
- obsessão com a rotina diária;
- dificuldade em fazer planos futuros.
E por fim: a importância do tratamento precoce
Os maiores benefícios do tratamento são alcançados quando ele é iniciado precocemente, antes dos três anos de idade. Por isso, ficar atento aos sinais de alerta e fazer o diagnóstico rapidamente é extremamente importante.
Porém, a intervenção em todas as idades pode melhorar a qualidade de vida do indivíduo com TEA, melhorando as suas habilidades e minimizando os comportamentos que dificultam as relações sociais e de trabalho.
Gostou do texto? Mantenha-se sempre atualizado sobre as melhores escolhas para a sua vida com o nosso Blog e redes sociais (Facebook, Instagram e Twitter)! Estamos te esperando.
Médica, especialista em pediatria e neurologia pediátrica. Atende na Magno Veras Clínica Pediátrica, em Belo Horizonte.