Os miomas são tumores benignos que se desenvolvem a partir da proliferação de células do tecido muscular do útero. Eles podem ser únicos ou múltiplos e ter tamanhos variados.
O quadro clínico de um mioma uterino pode variar desde a ausência completa de sintomas até dores e sangramentos vaginais volumosos.
Para saber todos os detalhes sobre esse assunto, continue conosco.
Tipos
O tipo de mioma depende da sua localização no útero e sua forma de crescimento: para dentro da cavidade uterina, na parede do órgão ou para fora da cavidade uterina.
- miomas intramurais: são o tipo mais comum de mioma. Surgem na parede muscular do útero e, ao crescerem, aumentam o volume uterino.
- miomas subserosos: formam-se na camada externa do útero (serosa) e podem crescer o suficiente para comprimir órgãos adjacentes como a bexiga, causando sintomas.
- miomas pediculados: ocorrem quando o tumor subseroso desenvolve um pedículo (haste) que o sustenta.
- miomas submucosos: são miomas que surgem na camada interna e crescem para dentro do útero. Esse tipo de mioma pode levar a sangramentos volumosos e dificuldade para engravidar.
Quais são as causas dos miomas?
Mutações nas células do útero ocasionam uma proliferação exagerada, formando os miomas. Seu crescimento é promovido pelos hormônios produzidos pelo ovário (estrogênio e progesterona).
Fatores de risco:
- Idade: é o principal fator de risco, com maior incidência entre 35 e 50 anos.
- Histórico familiar: mãe e irmã com histórico de miomas.
- Raça: as mulheres afrodescendentes têm maior incidência de miomas.
- Outros: menarca (primeira menstruação) precoce, obesidade, dieta rica em carne vermelha e pobre em frutas e vegetais, álcool em excesso.
Como saber se tenho miomas? Quais são os sintomas?
Os sintomas desta condição variam de acordo com o número de miomas que a paciente tem, assim como sua localização e tamanho. Um exemplo: miomas submucosos podem causar sangramento menstrual intenso e dificultar a gravidez.
No mais, são outros sinais importantes que indicam essa condição:
- sangramento intenso entre ou durante a menstruação;
- menstruação que dura mais do que o normal;
- dor na pelve ou na parte inferior das costas;
- aumento das cólicas menstruais;
- aumento da vontade de urinar;
- dor durante a relação sexual;
- sensação de pressão no abdômen inferior;
- inchaço ou alargamento do abdômen.
Diagnóstico
Para além do exame médico, o(a) ginecologista pode solicitar alguns exames para confirmar o diagnóstico de mioma. São eles:
- ultrassom;
- ressonância magnética.
Vale ressaltar que aproximadamente 50% das pacientes portadoras de miomas não apresentam sintomas. Sendo assim, uma pessoa pode não saber que tem um mioma até que seja submetida a um exame pélvico de rotina.
Afinal: o mioma tem cura?
Como a maioria dos miomas para de crescer e pode até mesmo encolher quando as mulheres se aproximam da menopausa, o ginecologista pode recomendar apenas o acompanhamento.
No entanto, alguns miomas podem exigir tratamentos mais ativos de acordo com alguns fatores:
- intensidade dos sintomas;
- a idade da paciente;
- se a mulher está com dificuldade para engravidar;
- quantidade e extensão dos miomas;
- sangramento que não melhora com o tratamento medicamentoso.
As alternativas mais utilizadas para lidar com essa condição são:
1. Medicamentos
Alguns medicamentos para regular os níveis hormonais podem ser prescritos para reduzir a quantidade e tamanho dos miomas. Normalmente, são utilizados os agonistas do GnRH (gonadotrofina) para reduzir os níveis de estrogênio e progesterona, interrompendo a menstruação e, consequentemente, diminuindo os miomas.
São outras opções medicamentosas que podem ajudar a controlar o crescimento e aparecimento de novos miomas:
- antagonistas do GnRH (impedem que o corpo produza o hormônio folículo-estimulante (FSH), responsável pela maturação dos óvulos, e o hormônio luteinizante (LH), que estimula a produção dos óvulos);
- dispositivo intrauterino (DIU) hormonal ;
- analgésicos anti-inflamatórios;
- ácido tranexâmico (medicamento que reduz o sangramento agudo);
- pílulas anticoncepcionais.
2. Cirurgia
A cirurgia é indicada para remover miomas que estão muito grandes e/ou causando sintomas.
O procedimento mais tradicional é a miomectomia abdominal. Nele, o profissional faz uma incisão no abdômen da paciente para acessar o útero e remover os miomas ou retirar o órgão, dependendo do caso.
Atualmente, a miomectomia tradicional é reservada para miomas muito grandes ou complicados ou úteros de tamanho maior que o normal. Nos outros casos, é possível o tratamento com técnicas menos invasivas: laparoscopia ou histeroscopia.
Laparoscopia para remoção de miomas uterinos
A laparoscopia é realizada através de pequenos portais (3 ou 4) no abdome. Uma câmera introduzida no portal do umbigo e possibilita uma visão de toda cavidade abdominal e pélvica, facilitando a ressecção e retirada dos miomas.
Histeroscopia para remoção de miomas submucosos
A histeroscopia é um procedimento minimamente invasivo em que uma câmera é inserida no colo uterino através da vagina. Dessa forma é possível visualizar a cavidade interna do útero e retirar os miomas submucosos.
- As principais vantagens das cirurgias minimamente invasivas são:
- menor risco de complicações cirúrgicas;
- melhor recuperação pós operatória da paciente.
O tratamento deve ser individualizado para cada paciente, levando-se em conta o tamanho do útero e dos miomas, o desejo de engravidar no futuro e a presença de condições de saúde associadas.
Enfim…
Caso você suspeite que está com miomas, não hesite em procurar pela ajuda de um ginecologista, combinado? No mais, lembre-se sempre de manter os exames de rotina em dia e atente-se a todos os sinais do seu corpo. Afinal, ninguém o conhece melhor do que você mesma.
Cuide-se, e até a próxima!
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