A Febre amarela é uma doença infecciosa grave causada por um vírus da família Flaviviridae e transmitida por mosquitos.
Quem contrai essa doença pode não apresentar sintomas, ou ter febre alta, prostração, dor de cabeça, dores no corpo, náuseas e vômitos por cerca de três dias.
Suas formas graves são raras, mas, quando acontecem, podem acometer órgãos essenciais como os rins, fígado e coração, e provocar hemorragia, choque e morte.
Problema de saúde mundial
A febre amarela é endêmica em 44 países de regiões tropicais da África, América do Sul e América Central.
Nos últimos anos, observou-se um aumento progressivo dos casos de febre amarela nas regiões sul e sudeste do Brasil, especialmente no estado de Minas Gerais, resultando em muitas fatalidades.
A infecção geralmente ocorre em áreas rurais, mas mudanças ambientais e sociais criaram, nas últimas décadas, condições propícias para que o vírus se aproximasse novamente dos centros urbanos.
Nestes locais, o grande número de pessoas e a alta densidade de mosquitos aumentam as chances de transmissão do vírus e, consequentemente, o início de uma epidemia.
Os turistas não vacinados que viajam para áreas endêmicas têm grande risco de serem infectados pelo vírus, e de transportarem a doença para outros países.
Transmissão da Febre amarela
A transmissão do vírus da febre amarela segue três padrões: selvática, intermediária e urbana.
O macaco não transmite a doença para o homem, nem ocorre transmissão de uma pessoa para a outra. A única forma de contaminação pelo vírus é através da picada do mosquito.
Fonte: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/jpg/2018/janeiro/30/ciclo-de-transmissao-da-febre-amarela.jpg
Sinais e sintomas
Após a picada do mosquito infectado, a doença fica incubada por 3 a 6 dias.
Nos casos leves ocorrem febre, dor de cabeça e dores musculares. Após alguns dias, o paciente se recupera totalmente. Nos casos graves de febre amarela, ocorre a chamada Febre hemorrágica Viral, que apresenta os seguintes sintomas:
- febre alta;
- calafrios;
- mal estar;
- dor de cabeça;
- dor lombar;
- dores musculares;
- náusea;
- tonteira;
- Sinal de Faget: temperatura alta com frequência cardíaca baixa.
Nesta fase, que pode durar vários dias, o paciente possui grande quantidade de vírus circulando em seu sangue, fazendo com que as chances de transmissão para os mosquitos sejam altas.
A maioria dos casos evolui para a remissão e a cura.
Os casos complicados de febre amarela ocorrem em cerca de 20% dos pacientes. Nestes, a melhora aparente dura cerca de dois dias e é seguida por um período de intoxicação com febre alta, vômitos, dor no abdome, prostração e desidratação.
O acometimento do fígado leva à icterícia (aspecto amarelado da pele e da parte branca dos olhos), uma deficiência na coagulação e hemorragias, e:
- petéquias: pequenos pontos avermelhados na pele, ou nas mucosas, causados por um sangramento leve;
- equimose: mancha arroxeada causada por um sangramento abaixo da pele;
- sangramento nasal e gengival;
- vômitos com sangue.
Pode ocorrer, também, lesão dos rins e insuficiência renal aguda.
O acometimento neurológico leva a confusão, convulsões e coma. A morte ocorre após 7 a 10 dias em 20 a 50% das pessoas que apresentam complicações.
Diagnóstico
É difícil o diagnóstico da Febre amarela durante a fase aguda, cujos sintomas são semelhantes a várias outras doenças.
Com o aparecimento de complicações e a suspeita clínica, testes sorológicos confirmam o diagnóstico.
Tratamento
Não existe tratamento específico para o vírus e o paciente deve ser hospitalizado para observação. São utilizados medicamentos sintomáticos e de suporte como:
- Hidratação oral e/ou venosa;
- Analgésicos e antitérmicos (paracetamol e dipirona)*;
(*) Contraindicados os antiinflamatórios não esteróides e a aspirina em pacientes com suspeita de febre amarela.
Prevenção contra a febre amarela
A vacinação é a forma mais eficaz de prevenção contra a febre amarela. Ela é segura e uma única dose protege a pessoa por toda a vida. Raros efeitos colaterais são descritos (1 a cada 200 mil pessoas vacinadas), e são mais comuns em pessoas acima de 60 anos.
É importante que os casos da doença sejam rapidamente identificados para que possa ser instituída a vacinação em massa.
As pessoas excluídas da vacinação, exceto durante epidemias, são:
- bebês com menos de 9 meses de idade;
- mulheres grávidas;
- pessoas com alergia grave à proteína do ovo;
- imunodeficientes (HIV/AIDS ou outras causas).
O controle dos mosquitos deve ser feito nas áreas urbanas, por meio da eliminação de potenciais criadouros e do controle químico (durante as epidemias).
Algumas dicas sobre como impedir a propagação do mosquito são:
- descartar garrafas em local coberto ou com a boca para baixo;
- eliminar acúmulo de água nas lajes, calhas, coletores de água das geladeiras e aparelhos de ar condicionado, baldes e vasos vazios, pratinhos de plantas entre outros;
- encher de areia os pratos das plantas;
- manter vedadas caixas d’água, cisternas, poços e outros depósitos de água;
- manter as piscinas limpas com cloro;
- descartar corretamente lixo, entulho e pneus velhos;
- manter as lixeiras tampadas e protegidas da chuva.
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Fontes:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4349381/
http://revista.fagoc.br/index.php/saude/article/view/208/255
http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/febre-amarela-sintomas-transmissao-e-prevencao
https://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs100/pt/
https://www.bio.fiocruz.br/index.php/febre-amarela-sintomas-transmissao-e-prevencao