O que é gota?
A gota é uma doença inflamatória provocada pelo aumento de ácido úrico no sangue e, geralmente, afeta as articulações. É uma doença comum que pode afetar qualquer pessoa. Contudo, é mais comum em homens adultos entre 40 e 50 anos, acima do peso, sedentários e que consomem bebidas alcoólicas com frequência, e em mulheres que já passaram pela menopausa.
O que causa a gota?
A gota é causada pelo acúmulo de ácido úrico no sangue (hiperuricemia). Em condições normais, o ácido úrico circula em nosso sangue e, após ser filtrado pelos rins, é eliminado na urina.
O excesso de ácido pode decorrer de uma produção exagerada do organismo, ou por uma eliminação deficiente da substância, podendo acumular e formar cristais que levam à inflamação e à dor nas articulações e nos tecidos circundantes.
Quais os fatores de risco da gota?
Existem alguns fatores que podem favorecer o risco de hiperuricemia e dar início a um quadro de gota. São eles:
- gênero: homens produzem mais ácido úrico que mulheres;
- idade: homens entre 40 e 50 anos e mulheres que já passaram pela menopausa porque a produção de ácido úrico se equivale à dos homens;
- genética: histórico de gota na família aumenta a probabilidade de se ter a doença;
- estilo de vida: sedentarismo, sobrepeso e obesidade, frequente consumo de bebidas alcoólicas, dieta rica em alguns tipos de alimentos (ricos em purina) como carnes vermelhas, aves e frutos do mar;
- medicamentos: diuréticos e remédios que contém salicilato (alguns anti-inflamatórios e antigripais, por exemplo) podem aumentar a quantidade de ácido úrico no sangue;
- outros problemas de saúde: insuficiência renal, hipertensão e diabetes podem provocar uma incapacidade do organismo eliminar o ácido úrico eficientemente;
- exposição ao chumbo: a exposição contínua ao chumbo (contato com baterias, tintas, soldas, encanamentos, queima de combustíveis fósseis etc) tem sido relacionada a alguns casos de gota.
Quais os sintomas da gota?
Os sinais e sintomas da gota costumam, quase sempre, aparecer de repente e à noite. Os sintomas mais comuns são:
- dor intensa nas articulações, principalmente no dedão do pé, tornozelo e joelho, também pode atingir cotovelos, pulsos e dedos;
- inflamação e vermelhidão no local da articulação;
- movimentos articulares limitados;
- sensação de queimação;
- desconforto persistente;
- também podem ocorrer a formação de cálculos, causando cólicas renais e depósitos de cristais de ácido úrico (tofo) sob a pele, formando protuberâncias nos dedos, pés, joelhos, cotovelos e orelhas.
Como saber se tenho gota?
Para o diagnóstico de gota, é feito um levantamento clínico com base nos sintomas do paciente associados a exames de sangue que detectam as taxas de ácido úrico no sangue. Em alguns casos, podem ser pedidos exames de raio-x e aspiração de líquido das articulações.
Gota tem cura?
A gota é uma doença crônica, ou seja, não tem cura. Porém, o tratamento, se seguido corretamente, pode ajudar a diminuir a dor e a inflamação nas crises agudas e a corrigir as taxas de ácido úrico no sangue, a fim de evitar novos episódios e prevenir lesões nas articulações.
Existe tratamento para gota?
Sim, apesar de não ter cura, o tratamento da gota pode ajudar na manutenção da doença e evitar novas crises e lesões nas articulações. Durante as crises mais agudas, o médico pode recomendar o uso de analgésicos e anti-inflamatórios. E, quando controlada, podem ser receitados medicamentos para diminuir as taxas de ácido úrico no sangue.
Além disso, mudanças no estilo de vida podem ajudar a evitar crises futuras, como:
- redução no consumo de álcool;
- perda de peso;
- melhora da alimentação;
- aumentar a ingestão de água;
- parar de fumar.
O que acontece se eu não tratar a gota?
Se não tratada, as crises de gota tendem a acontecer em intervalos de tempo menores e com maior intensidade da dor. Além disso, o portador de gota pode ter suas articulações deformadas e apresentar depósitos de cristais de monourato de sódio (tofos) em suas cartilagens, tendões, articulações e bursas.
Por que a gota dói mais a noite?
As crises de gota acontecem mais à noite porque neste período o tempo de jejum é maior e os níveis de ácido úrico no sangue aumentam favorecendo o depósito dos cristais nas articulações.
Por que a gota dá no pé?
A gota pode acontecer em qualquer articulação do corpo, mas é mais comum no dedão do pé, nos pés e joelhos porque os cristais se formam com mais facilidade nas áreas mais frias do corpo.
Gota é hereditário?
A gota é uma doença causada pelo aumento do ácido úrico no sangue que provoca a formação de cristais nas articulações. Esse aumento nas taxas de ácido úrico no sangue é resultado de produção excessiva ou de deficiência na eliminação da substância, sendo esse um fator genético. Então, é comum que haja uma influência hereditária na transmissão da gota, sendo muitas vezes observados outros casos da doença na família.
Gota é reumatismo? É artrite?
Reumatismo é o nome dado a um conjunto de doenças que atingem articulações, músculos, tendões e ligamentos. A artrite é um tipo de reumatismo que se manifesta como inflamação nas articulações. Portanto, a gota é um tipo de artrite, porque o acúmulo de ácido úrico no sangue provoca a inflamação nas articulações, apresentando dor, inchaço e até dificuldade de movimentação.
Gota é artrite reumatoide?
Não. A artrite reumatoide é uma doença autoimune que ocorre quando o sistema imunológico de uma pessoa sofre alterações e passa a atacar o próprio organismo, gerando lesões e inflamações. Então, a gota não é uma artrite reumatoide, pois sua fonte causadora é o depósito de cristais nas articulações, gerado pelo acúmulo do ácido úrico no sangue.
Gota é grave?
A gota não é uma doença grave e nem incapacitante, mas deve ser acompanhada e tratada para evitar a deformação de articulações e a formação de tofos em tendões, articulações e cartilagens.
Saiba mais: Gota: causas, sintomas e tratamentos
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Formado em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, fez residência em Ortopedia e Traumatologia no Hospital das Clinicas. Diretor do CMH medicina hospitalar. Foi diretor e presidente do Hospital Semper, Unimed e Amil. É membro da Academia Mineira de Medicina desde 2009.