A endometriose é uma condição em que um tecido semelhante ao endométrio, que reveste internamente o útero, é encontrado em locais anormais, especialmente nos ovários, tubas uterinas, peritônio, bexiga e intestino.
Ela ocorre em 10% das mulheres em idade reprodutiva (15 a 49 anos), que apresentam principalmente dor pélvica e infertilidade.
A principal complicação da endometriose é a infertilidade, que ocorre em mais de 30% das pacientes.
Tipos de endometriose
- Superficial: acomete a superfície dos órgãos e do peritônio (tecido que reveste internamente o abdome e a pelve);
- Infiltrativa: lesões profundas na parede do intestino, bexiga, diafragma e outros órgãos;
- Cistos ovarianos (endometriomas).
Causas da endometriose
As causas da endometriose são desconhecidas, porém diversos fatores genéticos, imunológicos e ambientais estão associados ao seu desenvolvimento.
Seus principais fatores de risco são:
- etnia asiática;
- exposição prolongada a estrógeno: menarca precoce (<12 anos), ciclos menstruais curtos (<26 dias) e menopausa tardia;
- ausência de gravidez;
- índice de massa corporal (IMC) baixo;
- anormalidades do trato reprodutivo;
- história familiar de endometriose.
As mulheres com endometriose também apresentam maior risco para outras doenças como: doenças autoimunes, psiquiátricas, parto prematuro, síndrome metabólica, doença cardiovascular, câncer de ovário, de mama e melanoma.
O que acontece no corpo de uma mulher com endometriose?
A primeira e principal característica na endometriose é a inflamação crônica. A presença do endométrio em outros locais, que não o útero, desencadeia uma reação tipo “corpo estranho”, em que o organismo tenta eliminar o tecido anormal.
Outro detalhe importante é que o tecido ectópico responde aos hormônios, especialmente ao estrógeno, da mesma forma que o endométrio normal. Ocorre espessamento e sangramento, porém, diferente do que ocorre no útero, o endométrio nesses locais atípicos não consegue ser eliminado. O tecido se inflama e, eventualmente, formam-se cicatrizes e aderências.
Sintomas de endometriose
- Dismenorreia (dor pélvica, cólicas menstruais, dor lombar e abdominal antes e durante a menstruação);
- dor durante o ato sexual;
- dor ao urinar ou defecar;
- sangramento menstrual intenso;
- infertilidade;
- fadiga;
- diarreia ou constipação;
- flatulência (gases);
- náuseas.
Infertilidade
A consequência mais comum da endometriose são os problemas na fertilidade, que acometem 30 a 40% das pacientes. O mecanismo para que isso ocorra ainda não foi totalmente elucidado.
No caso da endometriose localizada nas tubas uterinas, pode ocorrer uma obstrução mecânica que impede o óvulo de chegar até o útero para ser fecundado. Porém, isso não explica todos os casos de infertilidade, pois o acometimento tubário é incomum.
Acredita-se que a endometriose cause também alterações na qualidade dos óvulos e na receptividade do útero após a fecundação.
Diagnóstico
O diagnóstico da endometriose se baseia na avaliação clínica e exames de imagem:
- ultrassom abdominal e transvaginal;
- ressonância magnética;
- laparoscopia.
Tratamento
Não existe cura para a endometriose. O tratamento com medicamentos, embora consiga aliviar os sintomas, geralmente não pode ser utilizado por períodos prolongados devido aos possíveis efeitos colaterais.
Os mais utilizados são:
- anti-inflamatórios não esteroides;
- terapia hormonal:
- contraceptivos orais, adesivos e outros;
- agonistas e antagonistas do Gn-RH (hormônio liberador de gonadotrofinas);
- terapia com progesterona (DIU, implantes, injeções ou pílulas);
- inibidores da aromatase (reduzem a quantidade de estrógeno no organismo).
Tratamento cirúrgico da endometriose
A cirurgia na endometriose tem o objetivo de remover as lesões e cicatrizes, melhorar a anatomia e eliminar inflamação.
A cirurgia é feita, na maioria dos casos, por meio de laparoscopia. Atualmente, ela é indicada nos casos de dor intensa, endometriomas grandes ou suspeita de malignidade.
Qualidade de vida e endometriose
A dor crônica provocada pela endometriose causa alterações psicológicas e sociais importantes.
O diagnóstico e tratamento precoces são essenciais para prevenir as complicações e possibilitar uma melhor qualidade de vida para as pacientes.
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