22 nov 18
5 min

Alimentação complementar: dúvidas e mitos

Bebê sendo alimentado na boca por uma mulher com uso de uma colher branca e laranja

A chegada do bebê é cheia de surpresas e as mudanças surgem a cada dia. A alimentação é um dos itens mais importantes e que mais gera dúvidas nas mamães.

Afinal, quando e como iniciar a alimentação complementar?

Durante o 3° Congresso Brasileiro e 6° Simpósio Internacional de Nutrologia Pediátrica, foram abordados mitos e atualidades sobre a nutrição infantil. O tema é de grande relevância. Afinal, a alimentação adequada é “indiscutível na prevenção das doenças crônicas do adulto, assim como na prevenção das carências específicas da primeira infância à adolescência”, conforme orienta o Ministério da Saúde.
A pediatra Túlia Fadel selecionou alguns tópicos importantes sobre o assunto.

O que é alimentação complementar?

Alimentação complementar corresponde ao alimento nutritivo oferecido à criança em adição ao leite materno. A alimentação complementar oportuna deve ser introduzida a partir do sexto mês de vida que, de acordo com o Ministério da Saúde, é quando o organismo da criança já está preparado para receber comidinhas diferentes do leite materno.
Contudo, como o nome mesmo diz, seu papel é complementar o leite materno, e não substituí-lo. Além disso, a introdução dos novos alimentos deve ser lenta e gradual.
Uma correta alimentação do bebê consiste em: leite, materno ou fórmula, exclusivamente até o sexto mês e, apenas nesta fase, entrar na alimentação complementar, com muita cautela, de acordo com seu pediatra.
A amamentação pode facilitar o consumo de vegetais e frutas e a aceitação de uma variedade maior de alimentos saudáveis em idades futuras. Quanto maior a variedade de alimentos consumidos pela grávida, maior a chance das crianças aceitarem posteriormente outros alimentos.

Idade, textura dos alimentos e quantidade ideal

  • A partir de 6 meses, os alimentos devem ser amassados. Iniciar com 2 a 3 colheres de sopa e aumentar a quantidade conforme a aceitação;
  • A partir dos 7 meses – amassados – 2/3 de uma xícara ou tigela de 250ml;
  • 9 a 11 meses – cortados ou levemente amassados – ¾ de uma xícara ou tigela de 250ml;
  • 12 a 24 meses – alimentos cortados – 1 xícara ou tigela de 250ml.

O que é o método Baby- Led Weaning (BLW)

Este método não inclui alimentação com colher. A criança deve pegar todos os alimentos com a própria mão.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) orienta, diante de tantos trabalhos científicos do mundo todo, que o melhor é mesclar os métodos, deixar as crianças realmente terem o contato com os alimentos, mas não deixar de usar a colher. Ou seja, um pouco de cada. Pois apenas com o BLW a criança pode não ingerir a quantidade suficiente de alimentos para o seu crescimento adequado. Outro ponto destacado é o risco de asfixia com o método.

Qual alimentação adequada no primeiro ano de vida?

  • Até o 6º mês – Leite materno exclusivo;
  • 6 aos 24 meses – Leite materno complementado;
  • No 6º mês – Frutas (amassadas, raspadas);
  • No 6º mês – Primeira papa oficial;
  • Do 7º ao 8º mês – Segunda papa principal;
  • Do 9º ao 11º mês – Gradativamente, passar para alimentação na consistência da família. Observar inadequações alimentares;
  • No 12º mês – Alimentação da família.

Qual a composição das papas?

  • Cereal ou tubérculo: arroz, milho, macarrão, batata, mandioca, inhame, cará;
  • Leguminosas: feijão, soja, ervilha, grão de bico, lentilhas, fava;
  • Proteína animal: carne de boi, carne suína, carne de frango, carne de peixe, vísceras, ovos;
  • Hortaliças: legumes, cenoura, abóbora;
  • Verduras: alface, couve, almeirão.

Como lavar os alimentos?

Mergulhar os alimentos em solução de hipoclorito para eliminar bactérias (2 gotas/1L de água) por 15 minutos, depois em solução de bicarbonato de sódio (1 colher de sopa/1L) por 15 minutos, para diminuir os agrotóxicos.

Dieta materna

No último trimestre de gestação, o feto é capaz de detectar aromas do líquido amniótico (LA). Vários sabores são passados através do LA e leite materno como, por exemplo: vegetais, frutas e especiarias, inalantes como cigarro e perfumes.
É de extrema importância que a grávida tenha uma ingestão alta de ômega 3. Seja através da alimentação, e/ou vitaminas. Para esclarecer dúvidas e receber as orientações corretas, ela de conversar com uma obstetra ou pediatra.

Exposição repetida

É necessário oferecer o alimento de 6 a 15 vezes em média para melhor aceitação do sabor novo. Se a aceitação não for boa, aí é que devemos insistir mesmo.
Estilos de práticas alimentares dos pais:

  • Controlador: Tenta controlar a alimentação da criança, restringe alimentos, pressiona para comer, suborna a criança a comer com recompensas e ignora os sinais de fome dela.
  • Responsivo: Orienta a alimentação da criança, estabelece limites com os três, comem como modelo e conversam sobre comida de uma forma positiva, respondem aos sinais de fome dela.
  • Indulgente: Não estabelece limites, alimenta a criança com o quê, onde e quando ela quer, prepara comidas especiais, ignora os sinais de fome dela.
  • Negligente: Desiste das responsabilidades alimentares, não estabelece limites, não percebe os sinais de fome ou necessidades físicas e psicológicas da criança.

Dentre os tipos citados, o melhor padrão de comportamento do cuidador é o responsivo.

Suplementação vitamínica:

A vitamina D e o ferro são de uso obrigatório até no mínimo dois anos de idade, devendo ser discutido com o pediatra da criança. Complexos vitamínicos só deverão ser usados se realmente for comprovada, por exames, a carência de algum nutriente.

O que deve conter o lanche da escola?

  • Um líquido: para repor as perdas com a atividade física. De preferência, água.
  • Uma fruta: prática para ser consumida com casca ou cuja casca pode ser retirada facilmente (maçã, pera, morango, banana, uva).
  • Um tipo de carboidrato: para fornecer energia. Pão (integral), bolachas sem recheio, bolos caseiros. Cuidado com a quantidade, pois é apenas parte do lanche.
  • Um tipo de proteína: preferencialmente lácteos (queijo, iogurtes, leite). Cuidado com o armazenamento e a forma de transporte.

O que não deve entrar na lancheira?

Salgadinhos de pacote, refrigerantes, sucos artificiais, balas, bolos com recheios, frituras, bolachas recheadas.
Atenção: O alimento tipo petit suisse não deve ser dado nos primeiros anos de vida.

5 dicas para uma alimentação complementar adequada

  1. O melhor óleo, após inúmeros estudos, para o preparo da papa salgada do bebê a partir do 6º mês, é o óleo de canola, devido aos seus nutrientes;
  2. Uma boa ideia é variar com o azeite extravirgem. Está comprovado que depois de aquecido ele não perde seus benefícios;
  3. Não devemos usar sal no primeiro ano de vida;
  4. Não devemos usar açúcar até o segundo ano de vida. Portanto, ficou abolido o uso de suco de frutas no primeiro ano de vida, devido ao alto teor de açúcar, assim como a água de coco também;
  5. Consulte sempre com seu pediatra de confiança e não acredite em dietas difundidas pela internet sem comprovações científicas.

Para saber mais sobre assuntos como esse, acompanhe o Portal Convite à Saúde no site e redes sociais (Facebook e Instagram). Para ler saber mais sobre amamentação, seus benefícios e o que fazer na hora de voltar ao trabalho? Leia o artigo de Tulia Fadel, ‘Amamentação: a base da vida’.

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