Quando uma criança recebe o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista, todo o processo que vem depois desse episódio costuma ser angustiante e confuso, principalmente para a família. Afinal, o tratamento dessa pessoa mudará a vida de todos os envolvidos para sempre.
No caso dos avós, é normal sentir uma preocupação ainda maior, pois eles provavelmente estarão preocupados com o bem-estar dos seus filhos, que terão um desafio maior daqui para frente e, consequentemente, dos(as) netos(as).
É bem provável que, pela sua cabeça, estejam passando uma série de perguntas que, a princípio, parecem sem solução imediata. Porém, não se preocupe: é para isso que estamos aqui! O artigo de hoje foi dedicado inteiramente aos avós e suas principais dúvidas sobre esse assunto, desde o que é o autismo até como lidar com ele.
Então, para entender tudo o que precisa sobre esse tema e receber conselhos de como construir uma boa relação com o seu(sua) neto(a) com TEA, continue conosco!
Afinal: o que é o autismo?
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) diz respeito a um grupo de condições relacionadas ao atraso no desenvolvimento neurológico de uma pessoa. Em outras palavras, ela sofre prejuízo na interação social e comunicação, e ainda pode apresentar problemas comportamentais e outras condições comuns a esse distúrbio.
O importante a se saber, aqui, é que não existe um quadro específico que caracteriza o autismo, mas sim uma ampla variação de influências genéticas e ambientais que geram pontos positivos e negativos para cada paciente. É por isso, inclusive, que se usa o termo “espectro” para denominar essa condição. Afinal, ela apresenta vários níveis de comprometimento.
Para saber mais detalhes sobre o autismo, leia os artigos abaixo:
- Autismo: o que é, sintomas e tratamento
- Autismo: como é feito o diagnóstico?
- Autismo: o que fazer após o diagnóstico?
- O que buscamos ao tratar uma criança com TEA?
Como o TEA, então, pode se apresentar?
O autismo, basicamente, afeta a maneira como um indivíduo percebe o mundo, o que torna seus processos de comunicação e interação social mais difíceis.
Os distúrbios presentes no TEA, em sua maioria, são caracterizados por dificuldades de linguagem, comunicação e comportamento. Logo, qualquer sinal que demonstre um atraso em alguma dessas áreas deve ser levado em consideração pelos pais e avós, e comunicado ao pediatra.
Um exemplo: é comum que um bebê, até ano e meio de idade, faça contato visual com seus pais e se comunique com eles, seja por meio de expressões faciais, gestos, balbucios, palavras picadas etc.
Uma criança com TEA, no entanto, costuma não responder aos estímulos de quem está próximo a ele e, consequentemente, não interage com as pessoas. É comum, também, que ele apresente algumas estereotipias, como balançar o corpo ou as mãos, e ainda ser muito, ou pouco sensível a cheiros, sons, cores, toques, texturas e por aí vai.
Por fim, é esperado que ele não se comporte da mesma forma que outras crianças da mesma faixa etária. A depender do caso, ele pode ser mais agressivo ou apático, e ainda apresentar comportamentos inesperados como repetir algumas palavras ou gestos, ter um foco muito intenso em atividades específicas etc.
Em outras palavras, cada um dos sintomas e a gravidade destes varia amplamente entre essas três áreas principais (linguagem, comunicação e comportamento). Tomados em conjunto, eles podem resultar em desafios relativamente leves para alguns, e intensos para outros.
No mais, para saber quais são os sinais do autismo em cada fase da vida de uma criança, leia os artigos abaixo:
- Sinais de autismo: como identificar o TEA em bebês de até 2 anos?
- Sinais de autismo: como identificar o TEA em crianças de 2 a 4 anos?
- Sinais de autismo: como identificar o TEA em crianças de 4 a 7 anos?
O papel dos avós
Se seu(sua) neto(a) foi recentemente diagnosticado(a) com autismo, você provavelmente está se sentindo confuso(a) ou angustiado(a). Não se preocupe: isso é completamente normal. O importante é entender que, apesar dos novos desafios, o seu papel como avô(avó) de uma criança com TEA ainda terá os mesmos princípios e prioridades: amor, cuidado e apoio.
É claro que a criança terá algumas necessidades e particularidades diferentes das demais crianças da mesma idade, mas pode apostar que a relação entre vocês será igualmente essencial, especial e gratificante. O que resta, agora, é saber qual é a melhor forma de você ajudar seus filhos(as) a criar a cuidar desse “ser humaninho” repleto de luz.
Muitos avós, quando têm o primeiro contato com os desafios do autismo, como os problemas de comportamento e comunicação, sentem-se extremamente frustrados e até mesmo desacreditados de que conseguirão construir uma relação positiva com a criança.
Porém, saiba que isso não é verdade! Tudo no universo do TEA, acredite, é uma questão de costume, compreensão e adaptação.
A dica é: seja paciente e pergunte aos pais sobre como você pode ajudá-los. Aos poucos, vá participando das atividades que seu(sua) neto(a) mais gosta de fazer e, com o tempo, adicione mais experiências neste processo. Lembre-se: o esforço, assim como as boas intenções, sempre são recompensadas a longo prazo.
Além disso, procure fazer parte das conversas entre os pais e a equipe médica responsável pela criança e, quando puder, compareça às terapias. Assim, será mais fácil entender os talentos, necessidades e limitações do(a) pequeno(a).
Outra opção, por fim, é tentar se conectar a outros avós que também têm netos autistas há mais tempo. Assim, vocês podem trocar informações, dicas e até mesmo preocupações. No fim das contas, é sempre bom conversar com alguém que se identifique com suas dores.
No mais…
Saiba que o passo mais importante, a partir de agora, já foi dado! Hoje, você sabe um pouco mais sobre o TEA do que ontem e, consequentemente, sente-se ligeiramente mais seguro com relação a esse assunto. Por isso, tente se informar cada vez mais sobre esse transtorno e mantenha uma comunicação clara com os pais da criança. Abra espaço, também, para que eles também compartilhem com você seus conhecimentos e angústias.
Com relação ao(à) netinho(a), a base que constrói uma boa relação entre vocês continua a mesma: respeito, amor e paciência. A diferença, aqui, é que aparecerão alguns desafios que precisarão de disposição e adaptação para serem vencidos. E cá para nós: isso é comum para toda e qualquer família!
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